Bom dia papais e mamães,
Hoje eu resolvi falar sobre os exames necessários durante a gestação.
Desde que descobrimos a gravidez, até o momento do parto o que mais nos preocupa é a saúde do bebê, não é mesmo? E para que tenhamos certeza que tudo está evoluindo adequadamente precisamos fazer análises clínicas trimestralmente, muitas vezes, mensalmente.
Alguns médicos pedem mais exames que outros. Algumas mães defendem o"mínimo possível"do que consideram "interferências", como o ultrassom por exemplo.
Eu faço parte do time que implorava por um a cada semana, rs. Ficava encantada vendo como aquele serzinho desenvolvia dentro de mim. Era assistir em tempo real o milagre da vida.
Claro que meu post hoje é sobre o que realmente é NECESSÁRIO (para cada caso). E o quanto um pequeno detalhe visto a tempo pode fazer totalmente a diferença na hora do parto.
PRIMEIRO TRIMESTRE:
Ultrassom Transvaginal: Realizado para confirmar a gestação e verificar a localização do feto - uma gravidez ectópica (nas trompas ) - por exemplo, é inviável. O médico também pode ver o número de embriões e com isso fazer o cálculo da idade gestacional, facilitando prever a data provável do parto e se o desenvolvimento do feto está de acordo com sua idade uterina.
Hemograma total: Investiga possíveis alterações que podem prejudicar a correta evolução da gravidez, a fim de tratar o quanto antes.
-DETALHE: Alguns médicos pedem este exame apenas no começo da gestação. É importante que peçam "todo mês", porque alterações podem surgir a qualquer momento. E foi exatamente o que aconteceu comigo.
Já no sétimo mês descobrimos uma queda significativa de plaquetas e glóbulos vermelhos, que seguiram caindo semanalmente até a data do parto, o que fez com que meu médico optasse pela cesariana (vou falar sobre isso em um post específico).
Tipagem sanguínea: Confirma o tipo sanguíneo da gestante, e mostra qual o fator Rh (negativo ou positivo). Isso é importante, pois quando a mãe possui Rh negativo , e o pai positivo, o bebê poderá nascer com o tipo sangüíneo do pai, e portanto, ser incompatível com a mãe.
Nesse caso o bebê não corre risco nenhum, mas após o parto, o organismo materno reconhecerá o sangue Rh positivo como inimigo. Numa próxima gestação, caso o bebê seja Rh positivo, a mãe produzirá anticorpos para combater o tipo sangüíneo dele, podendo causar problemas como anemia e deficiência mental.
Para prevenir, a gestante Rh negativo deve receber uma vacina específica na 28ª semana e nas primeiras 72 horas após o parto. Caso seja a segunda gestação, deve fazer o exame Coombs Indireto, que detecta a presença dos anticorpos.
-DETALHE: Foi "quase" o que aconteceu comigo. Eu sou Rh Negativo, e o pai do Nicolás é Rh Positivo. Por sorte, o Nico nasceu com meu fator Rh e não houve necessidade de nenhuma vacina.
Sorologia para Rubeóla e Toxoplasmose: Caso a gestante já tenha apresentado estas doenças, estará imune. Se foi vacinada contra a Rubéola também. Essas doenças podem prejudicar seriamente o desenvolvimento do bebê.
Há tratamento para a toxoplasmose durante a gestação, por isso a importância do diagnóstico precoce. Também existe formas de evitá-la, como por exemplo, não comendo carnes cruas e não frequentando lugares onde existam gatos (não precisa entrar em contato direto com o gato, basta estar no mesmo ambiente que ele.)
Citomegalovírus e Sífilis: Nos dois casos há a possibilidade de tratamento durante a gestação. Ambos podem contaminar o bebê e comprometer seu desenvolvimento.
Sorologia para Hepatite B e HIV: O objetivo aqui é detectar a existência dessas doenças , e em caso positivo, evitar que elas passem para o bebê através de medidas de prevenção na hora do parto.
Tolerância à Glicose: Detecta o diabetes gestacional. Normalmente é feito na 24ª semana.
Se o resultado for positivo, entra-se com medicação e dieta.
-DETALHE: Esse exame pra mim foi o pior de todos. Um autêntico pesadelo,rs.
Tenho dificuldade para ficar em jejum muito tempo, imaginem grávida e cheia de enjôos.
Pra completar você precisa tomar uma garrafa de um líquido horrível, extremamente doce num espaço de tempo curtíssimo. E sem vomitar, porque senão tem que repetir todo o processo.
Mas independente disso, é um exame super importante, e não dá pra deixar de fazer.
Urina 1 e Urocultura: Esses exames detectam infecções que podem causar problemas na gestação e até parto prematuro. São repetidos nos próximos trimestres ou se houver suspeita de infecção.
Ultrassom Morfológico do 1º Trimestre: Realizado entre a 11ª e a 14ª semana. Avalia o desenvolvimento do bebê e possíveis malformações. Nele é a realizada a "Translucência Nucal"(mede a nuca do bebê). Essa medida, quando fora dos padrões pode identificar a Síndrome de Down.
Quando ele é associado ao "OSCAR", um exame de sangue que dosa a Proteína Plasmática Associada à Gravidez (PAPP-A) e a Beta Gonadotrofina Coriônica Humana (BHCG), aumentam as chances de acerto no diagnóstico.
SEGUNDO TRIMESTRE:
Hemograma total : O mesmo do primeiro trimestre (mesmo que os resultados anteriores não tenham nenhum tipo de alteração)
Ultrassom Morfológico do segundo Trimestre: Realizado entre a 20ª e 24ª semana - preferencialmente na 22ª - neste exame o bebê é analisado detalhadamente. É possível verificar problema físicos, cardíacos e renais. Quando detectados precocemente, possuem chances de serem tratados.
Ultrassom Transvaginal: Realizado entre a 20ª e 24ª semana. Verifica a medida do colo do útero.
Quanto mais curto, maior a chance de parto prematuro.
TERCEIRO TRIMESTRE:
Ultrassom obstétrico do terceiro trimestre: Realizado entre a 34ª e 36ª semana. Reavalia o desenvolvimento do bebê, e se quantidade de liquido amniótico e maturidade da placenta estão compatíveis com o tempo de gestação.
Sorologias: Algumas sorologias realizadas no primeiro trimestre são repetidas por volta da 35ª semana para afastar a possibilidade de doenças antes do parto.
Cultura da bactéria estreptococo B: Solicitado também por volta da 35ª semana. Aponta a presença de uma bactéria que vive na região anal e vaginal. Não causa mal para a grávida, mas é transmitida durante o parto e prejudica o bebê.
EXAMES EXTRAS:
Ultrassom 4D: É possível ver detalhes do bebê quase como em uma foto. Este exame auxilia no diagnóstico de algumas malformações quando combinadas com o ultrassom de rotina.
Ultrassom com Doppler: Este exame mostra o fluxo dos vasos sanguíneos da mãe e do bebê e a resistência vascular das artérias umbilicais, cerebrais e uterina.
Pode ser solicitado quando a gestação é de risco (grávidas com hipertençao, diabetes ou doenças autoimunes, por exemplo), ou se há alguma suspeita de problemas no desenvolvimento do bebê.
-DETALHE: O ultrassom com Doppler eu tive que fazer, porque fui diagnosticada com Doença Autoimune (explico pra vocês num próximo post). E este diagnóstico só pode ser visto porque repeti durante toda a gestação o hemograma completo - por isso a importância de não deixar de fazer NENHUM exame solicitado pelo seu médico.
E ficar atenta, porque se ele não solicitar, você deve perguntar!
Perfil Biofísico Fetal: Pode ser requisitado a partir da 28ª semana. Combina a ultrassonografia e a cardiotografia computadorizada. É possível observar a quantidade de líquido amniótico, os movimentos físicos e respiratórios do bebê, seu tônus e sua frequência cardíaca.
-DETALHE: Este exame eu também tive que fazer por conta da Doença Autoimune. Na verdade eu fiz com 37 semanas, já às vésperas do parto.
Nele foi detectado que meu líquido amniótico estava "diminuindo", um dos fatores que me levou a uma cesárea.
Mas o exame em sim é LINDO!!! Poder escutar o coração do bebê com toda força, aumentando e diminuindo o ritmo, ver como ele respira, como se move dentro de você é uma sensação única. indescritível!
EXAMES INVASIVOS:
Este tipo de exame só é realizado quando existe suspeita de alguma alteração cromossômica do bebê, que pode causar síndromes.
As indicações são: Translucência Nucal fora do padrão, casos de alterações cromossômicas em gestações anteriores, nos pais ou na família, grávidas com mais de 40 anos.
Biopsia do Vilo Corial: Realizado entre a 11ª e 14ª semana. Com a ajuda do ultrassom, o médico introduz uma agulha no abdome da gestante e retira uma amostra do tecido placentário. Existe um risco pequeno, de 0,5%, de causar sangramento e interromper a gravidez.
Amniocentese: Realizada a partir da 16ª semana. É semelhante ao da biopsia : Através do ultrassom, o médico insere uma agulha e retira uma amostra do líquido amniótico. Há o risco de 0,5% de prejudicar a gravidez.
Cordocentese: Realizada a partir da 20ª semana de gestação. Também guiada pelo ultrassom, a agulha retira amostras do sangue fetal do cordão umbilical. Há risco de 2% de perda gestacional.
Fonte de pesquisa: Meu obstera: Dr Walter Banduk, e Hospital Albert Einstein
Espero que tenha sido útil e esclarecedor pra vocês.
Beijos e até mais!