terça-feira, 16 de setembro de 2014

Amamentaçao


Olá mamães

Hoje o assunto é sobre amamentação! Tenho recebido muitas perguntas sobre este tema e vejo que há uma grande polêmica em torno do assunto.

Muitas mães se sentem culpadas por não CONSEGUIREM  amamentar, e isso muitas vezes acontece porque existe o MITO que toda mulher PODE amamentar.  Eu não CONCORDO!!!
Até porque passei por isso e sei que por mais que a gente queira e se esforce, existem inúmeros fatores que influenciam a descida do leite.

Pois bem, vou contar o MEU caso: Nicolás nasceu de uma cesareana como já havia contado no Post anterior. Por este motivo meu leite demorou a descer. Só fui conseguir amamentar de verdade 5 dias depois. Mesmo assim eu segui firme. E por não haver desistido, a produção foi aumentando. E no final tinha tanto leite que o Nico não dava conta de mamar tudo.  O prazer de ver meu filho com a barriguinha cheia do meu leite era indescritível.

Tudo correu bem durante 1 mês e meio. Um belo dia o Nicolás teve febre, e até onde eu sabia, febre em recém nascido é algo preocupante.
Corri para o hospital, e depois de vários exames, o diagnóstico: MENINGITE (graças a Deus foi a viral)!
Escutar esta palavra é algo que faz qualquer mãe desmoronar. Comigo não foi diferente.

Foi o dia mais desesperador da minha vida. Para quem não sabe, o exame que se faz para descobrir a meningite chama-se LIQUOR, e consiste em introduzir uma longa agulha na coluna vertebral e extrair o líquido que vai determinar se o paciente está infectado ou não.
 Não preciso nem dizer o quanto este exame é dolorido, mesmo para adultos. Agora imaginem num bebê de pouco mais de 1 mês.

Tudo isso, naquele momento fez com que meu leite secasse. E existe isso??
Sim meninas, existe. Um período de stress ou tensão libera adrenalina, e isso faz com que se bloqueie a produção de ocitocina, um dos hormônios responsáveis pela amamentação.

Durante os 4 dias em que o Nico esteve hospitalizado não saiu uma só gotinha de leite do meu peito. E Naquele momento específico tivemos que dar mamadeira, pois não podíamos correr o risco da resistência dele cair ainda mais.

Quando as coisas se acalmaram um pouco procurei meu obstetra, e ele receitou um remedinho para produzir leite. Foi ótimo! Funcionou muito. O peito vazava o dia inteiro (rsrs). Mas... Nicolás não quis mais pegar.
Colocava na boquinha dele e ele gritava desesperado, e mamar que é bom nada! Algumas vezes tentei  enganar, dava a mamadeira e logo depois tirava e colocava meu peito no lugar. Funcionou 2 dias, rs.

Solução: Comecei a tirar o leite com a bomba e colocar na mamadeira. Foi a saída menos prejudicial que encontrei. Já que ele não queria mamar no peito, mas não recusava o leite materno.
Consegui fazer isso durante 3 meses. Várias vezes ao dia. Foi um sacrifício enorme, mas valeu a pena.
Nicolás ganhava peso semanalmente, e crescia numa velocidade espantosa.

Como teria que voltar a morar na Europa com ele, fui deixando pouco a pouco de tomar o remedinho milagroso que fabricava o leitinho. Seria muito complicado viajar e passar 12 horas em um avião e aeroportos tirando leite pelos banheiros.

Foi uma decisão difícil, já que queria muito que meu filho seguisse mamando do meu leite, mas acreditei que fiz o possível, e que o fato de ele não ter seguido diretamente no peito foi uma fatalidade, originada pelo stress da sua internação.

Eu conto tudo isso pra vocês, para que entendam que AMAMENTAR muitas vezes não depende só da nossa vontade, e quem diga o contrário não tem a devida informação.

Existem muitos sites e páginas de mulheres que se auto denominam HUMANIZADAS, que ironizam e desprezam as mulheres que por um motivo ou outro (cada uma sabe do seu) não puderam amamentar ou tiveram que se submeter a uma cesárea.

Eu não acredito que a via de parto, ou a forma de alimentação vai definir o tipo de mãe que você é.  Não existe MENOS mãe, existem mulheres que têm uma determinada limitação em algum aspecto, mas que com amor e paciência compensam em outros.

E isso é exercer de verdade a maternidade. Saber conviver com a frustração e aceitar que nem tudo vai sair sempre do jeito que você sonhou.
Se culpar e passar o resto da vida lamentando o que deu errado com seu filho só vai tirar de você o prazer de desfrutar daquilo que está dando certo!!

Beijos e esperam que tenham gostado.

domingo, 7 de setembro de 2014

Parto Normal ou Cesareana?



Bom dia mamães

Hoje eu vou falar a respeito da "escolha" do parto.
Isso mesmo, ESCOLHA! Porque na grande maioria das vezes, somos nós que decidimos como nosso bebê vai nascer!
Eu acredito que muitas grávidas aqui têm horror ao parto normal, temem sofrer demais, por muitas horas, e no final ainda ter que acabar em uma cesárea.
Eu confesso que que também sentia o mesmo!! Até começar a pesquisar mais profundamente sobre os dois.

Depois de ler muito, ver vários  vídeos e falar com pessoas que passaram pelas duas experiências, cheguei a conclusão que o que eu desejava para mim e o meu filho, era um parto NORMAL!
Queria que ELE decidisse a hora de vir ao mundo, que ele estivesse 100% pronto. E claro, queria um parto nada agressivo.

Para quem não sabe a  cesárea é uma cirurgia de médio porte. Equivale a retirada de parte do intestino, ou uma cirurgia de estômago. Corta-se 7 camadas da barriga: pele, gordura, fáscia muscular, músculo, peritônio parietal (colado embaixo do músculo), peritônio visceral (colado ao útero), e a musculatura do útero. Ao todo a paciente recebe uma média de 75 pontos!!! Isso sem falar nos riscos inerentes á anestesia, e o tempo de recuperação.

Muitos médicos fazem uma falsa indicação de cesárea, pois para eles é muito mais cômodo. Reservam o centro cirúrgico, o quarto, sabem a hora que vai começar e a hora que vai terminar.
Uma cesárea dura em média dura 45 minutos, em contrapartida um parto normal pode durar até 24 horas, e o valor recebido é o mesmo!!

E o parto normal? Claro que também existem pontos "desagradáveis". Existem médicos que fazem muitas intervenções (algumas vezes desnecessárias): Número elevado de toques, ocitocina sintética (para acelerar o trabalho de parto), episiotomia (o cortinho entre a vagina e o ânus para facilitar a passagem do bebê)., descolamento de membrana (indução sem medicação).

Mas mesmo a gente pesquisando muito e tendo claro que tipo de parto QUER ter, muitas vezes acabamos frustradas. Foi o meu caso.

No último mês de gestação descobri uma queda significativa de plaquetas, e depois de alguns exames tive o diagnóstico de que sofria de PTI (Púrpura Trombocitopénica Idiopática/Doença autoimune)

Mas o que é isso? É uma doença caracter
izada pela baixa de plaquetas no sangue periférico, de causa DESCONHECIDA. Suas  manifestaçoes são extremamente variáveis e pode ir desde um processo assintomático (meu caso), que não necessita de tratamento, até uma doença grave, capaz de reduzir a expectativa de vida dos pacientes.

O corpo indevidamente produz anticorpos contra as nossas próprias plaquetas, o que acaba dificultando o processo de coagulação do sangue, fazendo com que os riscos de uma hemorragia sejam grandes.
E justamente por isso tive a indicação de cesárea, pois segundo o médico, seria muito mais difícil estancar um sangramento através do parto normal, já que o útero não esta exposto, do que através de uma cesárea, onde ele vê exatamente tudo que está acontecendo.

Também havia o risco de que o meu bebê ficasse sem oxigênio, já que meus glóbulos vermelhos também estavam caindo, e por isso tive que me submeter à cirurgia com 37 semanas.

Graças a Deus deu tudo certo e o Nicolás nasceu lindo e saudável, com 50 cms e 3.300 Kgs. Mas o pós foi complicado. Passei 8 horas na sala de recuperação, esperando passar os "efeitos secundários" da anestesia, ou seja, neste tempo todo meu filho não ficou junto de mim, o que para o bebê é terrível, visto que ele está num mundo desconhecido, bem diferente da casinha quentinha que ele tinha na minha barriga. Sem contar que ele ainda está muito assustado, pois ainda não estava preparado para nascer. Foi arrancado da barriga antes do tempo, antes do SEU TEMPO!

A dor do corte é horrível, parece que cortaram você em duas metades, mal dá pra ficar de pé. E amamentar é uma aventura, já que você mal consegue segurar o bebê.
Já se passaram quase 5 meses desde que o Nico nasceu, e eu ainda sinto dores, minha cicatriz continua bem grande e visível, e o trauma de não ter tido o parto dos meus sonhos permanece.

Acredito que cada mulher sabe o que é melhor para si, e todas buscam o melhor para o seu filho, mas com informação é mais fácil. Saber o que deu errado na cirurgia da amiga, da vizinha, da cunhada faz com que cada uma pense muito bem nos prós e contras de uma cesárea eletiva.

Espero que tenham gostado do Post, que tenha sido útil e esclarecedor!

Beijos pra todas